quarta-feira

A Formação da Cristandade Ocidental e a Sociedade Medieval
(breve resumo)


No séc. III-IV o Império Romano entra em crise:

Económica
População decresce
Escassez de mão-de-obra escrava
Produção agrícola e mineira decresce
Inflação
Escassez de metais preciosos
Político-militar
Disputas internas e instabilidade governativa
Desorganização militar
Dificuldade em manter coeso e seguro um império tão vasto (recurso a mercenários)
Corrupção dos agentes administrativos (governadores das províncias, etc.)
Pressão dos bárbaros nas fronteiras (Hunos e Germanos)


O imperador Teodósio, em 395, divide o Império em duas zonas:
Império Romano do Ocidente (com a capital em Roma)
Império Romano do Oriente (com a capital em Constantinopla)

Apesar disto, o exército continua a revoltar-se e não consegue evitar a entrada dos povos germânicos
que, em fuga perante a pressão dos Hunos e buscando terras férteis e riquezas, acabam por invadir e
conquistar Roma (476).

Com a queda de Roma, deixa de existir o Império Romano do Ocidente e surge um novo mapa político
da Europa com a formação dos reinos bárbaros. Constituíam-se assim os alicerces da Europa moderna
como um conjunto de Estados independentes, iniciando-se uma nova época histórica: a Idade Média.
Entre vencedores e vencidos as diferenças eram bastante acentuadas:
Língua
Costumes
Direito
Religião

No entanto, os Germanos acabariam por se deixar influenciar pela cultura e pelas instituições romanas
e cristãs. A civilização europeia ocidental resulta da fusão de todos esses elementos.

A partir do século VII a Igreja Católica iniciou uma ação de evangelização dos povos bárbaros, cujo
sucesso transformou o Cristianismo no único fator de unidade numa Europa politicamente dividida.
Este facto acabou por trazer à Igreja de Roma, e ao Papa, um enorme prestígio e influência quer no
plano religioso quer no político.


Nos séculos VIII, IX e X a Europa sofreu uma nova vaga de invasões: Muçulmanos, Vikings e Húngaros.
Estas invasões provocaram um clima de violência e insegurança junto das populações, conduzindo a
importantes alterações nas suas vidas:
Alterações económicas
Abandono das cidades
Destruição da economia mercantil e monetária
Predomínio de uma economia rural e de subsistência
Alterações sociais e políticas
Os monarcas, com enormes dificuldades em garantir a defesa dos seus reinos, tiveram de entregar parte das suas terras, e dos direitos sobre elas, aos nobres que o auxiliaram nas tarefas militares, vendo assim enfraquecido o seu poder político.
Os pequenos camponeses, incapazes de garantir a sua segurança, submeteram-se aos senhores das terras, cedendo-lhes os seus campos, em troca de proteção.Constitui-se assim a sociedade feudal.

Na sociedade feudal a maior riqueza é a posse de terra. Esta vai sendo distribuída pelo Rei (suserano
dos suseranos), como recompensa (pela ajuda na defesa ou conquista de territórios), aos grandes
senhores do clero e da nobreza que, em troca dessa terra (designada por feudo ou senhorio) e dos
direitos sobre ela, se tornam vassalos do Rei, a ele ficando ligados por laços de dependência, proteção e
fidelidade (relações feudo-vassálicas).

Os grandes senhores feudais, por sua vez, podem conceder proteção e parte das suas terras a outros nobres, fazendo destes seus vassalos.
Sobre as suas terras (o feudo) cada senhor feudal possui poderes:
fiscais (cobrança e arrecadação de impostos)
militares (possui exército privado)
judiciais (exerce a justiça)

Têm contudo algumas obrigações para com o Rei ou suserano (que lhe outorgou o feudo):
 deve prestar ajuda militar e conselho,
deve fidelidade
paga impostos
Nos domínios senhoriais, os camponeses trabalham a terra, entregam parte das colheitas, pagam
impostos e assumem ainda outras obrigações e tributos (como as “corveias” e as “banalidades”), em
troca de proteção.

Na base desta pirâmide social encontram-se os “servos da gleba” que dependem diretamente do
senhor, estão ligados à terra e não a podem abandonar.

A sociedade feudal é, assim, uma sociedade estratificada e fortemente hierarquizada:
Clero (“oradores”)
Nobreza (“defensores”)
Povo (“mantenedores”)
Nesta sociedade senhorial o poder real encontra-se enfraquecido. O rei, face aos restantes membros da nobreza, é apenas o "primus inter pares" (o primeiro entre iguais), deles dependendo económica e militarmente.
A religião impregna a vida quotidiana, domina o pensamento, a literatura, o ensino e a própria arte, dando origem a belos monumentos - as igrejas românicas e góticas.

Ao contrário do românico, uma arte essencialmente rural e de mosteiros, o gótico – ligado ao movimento de ressurgimento das cidades e à afirmação crescente de um novo grupo social (a burguesia), é uma arte urbana e de catedrais.

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